A quatro dias de deixar o poder, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que a presidente eleita, Dilma Rousseff, será sua candidata ao Palácio do Planalto nas eleições de 2014. Lula, que durante os oito anos de seu governo se deparou com tentativas de alguns parlamentares aliados de discutir abertamente a implantação de uma legislação que permitisse o terceiro mandato, declarou, em café da manhã com jornalistas, que a nova presidente do Brasil "tem o direito líquido e certo" de disputar a reeleição.
"Em 2014, trabalho com a ideia fixa que nossa companheira Dilma será outra vez a candidata à Presidência da República. É justo e é legítimo que quem está no exercício do mandato (possa se candidatar novamente). A Dilma será minha candidata em 2014. Só existe uma hipótese de ela não ser candidata: ela não querer", afirmou Lula. "Na minha opinião, é líquido e certo que ela seja candidata à reeleição", completou, embora tenha afirmado achar "que é muito cedo" para se discutir o cenário das eleições presidenciais de 2014.
Às vésperas de deixar o posto máximo da administração pública, defendeu a nomeação de todos os seus ministros de Estado, inclusive os supostamente envolvidos em escândalos de corrupção, como o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau - citado nominalmente por Lula. O presidente disse que nem toda a equipe de governo pode ser formada apenas com "Pelés e Messis" e não arriscou um palpite sobre como será retratado futuramente na história brasileira.
"Seria muito presunçoso da minha parte dizer como quero ser lembrado. Não vou dar graças a Deus por nada (por deixar a Presidência da República) e não tenho arrependimento", relatou.
Antes de se arriscar a registrar suas memórias e experiências em um livro - situação que condena se feito "no dia seguinte" à saída do Planalto -, observou que pretende passar por um "processo de desencarnação" da Presidência.
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